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Foto do escritorNércio Machele

SOBRE A VARÍOLA DOS MACACOS: MOÇAMBIQUE DEVE AGIR AGORA PARA PREVENIR A PRÓXIMA CRISE DE SAÚDE PÚBLICA

Atualizado: 26 de ago.


Num comunicado de Imprensa de 14 de agosto, o Director Geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), declarou o surto da MPOX (Do inglês, Monkeypox, ou seja, varíola dos macacos) como uma emergência de Saúde Global. No entanto, apesar de Moçambique ainda não ter registado oficialmente casos da Mpox, a proximidade com países vizinhos já afetados torna crucial que as autoridades de saúde moçambicanas comecem a alertar e educar a população sobre essa doença.


Até 5 de agosto corrente, a África do Sul, já havia reportado o registo de cerca de 24 casos e 3 mortes pela doença, o que eleva a preocupação de que o vírus possa atravessar fronteiras, especialmente devido à mobilidade humana elevada na região, especificamente entre este país e o nosso, o que torna crucial que as autoridades de saúde moçambicanas trabalhem em estreita colaboração com as autoridades da África do Sul e de outros países vizinhos, com vista a monitorar a situação e estabelecer protocolos de resposta rápida.

Dada as condições limitadas que o país possui é urgente que o país implemente estratégias de comunicação para a divulgação dos métodos de prevenção antes mesmo da confirmação oficial do surto no país.

A 16 de agosto, Moçambique elevou o nível de alerta face à nova variante da MPOX e desenhou um plano de resposta à doença, embora sem registo de qualquer caso, uma medida que visa permitir a realização ações de prevenção e preparação para uma eventual resposta. No entanto, baseado em experiências anteriores, como por exemplo com a COVID-19 e dada as condições limitadas que o país possui para o rápido diagnostico e confirmação de surtos, torna urgente que o país implemente estratégias de comunicação específicas ajustados ao contexto cultural e epidemiológico do país sobre os métodos de prevenção da MPOX, antes mesmo da confirmação oficial do surto no país.


Esta proposta é também enfatizada pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças(CDC) que destaca importância da adoção de estratégias de comunicação de risco e de envolvimento comunitário em contextos de doenças emergentes, com vista a alertar a população sobre os sintomas do Mpox e as respectivas medidas preventivas, recomendadas pela OMS, tais como: evitar contacto próximo com indivíduos suspeitos de estar infectados e manter a higiene das mãos.


Foto: OMS

Ademais, a Associação Médica de Moçambique citada pela lusa, defende que o Sistema Nacional de Saúde (SNS) não está preparado para um eventual surto de MPOX, e aponta a educação das comunidades e a capacidade institucional entre os principais desafios. Ou seja, enquanto o SNS reforça as suas capacidades de resposta, deve desenvolver atividades concretas para informar às comunidades sobre a MPOX.


De acordo com o CDC, a Mpox é uma doença viral rara, potencialmente grave, pertencente ao género Orthopoxvirus e que foi inicialmente identificado em macacos (daí o seu nome) mas também pode infectar humanos. A doença foi descrita pela primeira vez em humanos em 1970 na República Democrática do Congo (RDC), e desde então, casos têm sido reportados principalmente em regiões da África Central e Ocidental, embora surtos tenham ocorrido em outras partes do mundo.


De salientar que, os primeiros casos da MPOX foram registados esporadicamente em 1970, na África Central, Oriental e Ocidental, com surtos ocasionais em outros lugares, como nos Estados Unidos em 2003, ligado a animais selvagens importados. Desde 2005, milhares de casos são relatados anualmente na RDC, e em 2017, a doença ressurgiu na Nigéria, espalhando-se pelo país entre viajantes. E em maio de 2022, um surto global surgiu e se espalhou rapidamente por todas as seis regiões da OMS, afetando 110 países, com cerca de 87 mil casos e 112 mortes.


De acordo com a OMS, desde 2022, foram registados em 116 países, cerca de 99 176 casos, dos quais 208 resultaram em Mortes, sendo que, os Estados Unidos da América (n = 33 191), Brasil (n = 11 212), Espanha (n = 8 084), França (n = 4 272), Colômbia (n = 4 249), México (n = 4 124), Reino Unido (n = 3 952), Peru (n = 3 875), Alemanha (n = 3 857) e a República Democrática de Congo (n = 2 999), são os países mais afetados pelo surto (OMS, actualização de 02 Agosto 2024).


 

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