A invenção da internet e dos mídias eletrônicos de comunicação possibilitou o surgimento de um espaço público virtual, visto como local de interacção social. Esse espaço virtual é caracterizado por Kaplan e Haenlein (2009) pela existência de um grupo de aplicações baseadas na internet, comumente designadas de Mídias Sociais, os quais permitem a criação e a troca de conteúdos gerados pelos diferentes usuários. Devido à rápida proliferação e aderência de pessoas (utilizadores) às Mídias Sociais, as empresas e instituições passaram também a utilizar cada vez mais estas plataformas pelo facto de encontrarem nesse ambiente uma maneira de se relacionar e comunicar directamente com seus públicos de interesse e de reafirmar a sua marca (Lage, 2014).
É neste contexto que surge nos meios virtuais a figura de “Influencer Digital” (adiante designado apenas por influencer) que é nada mais nada menos que, um individuo que possui uma presença estabelecida e influente em plataformas de mídia social, como Instagram, YouTube, TikTok, Twitter, entre outros, e tem a capacidade de afetar as opiniões, decisões de compra e comportamentos de seus seguidores. Na verdade, esta figura “não é uma novidade”, é que bem antes do “boom” do espaço público virtual (mídias sociais), o designavamos de “Líder de Opinião”, ou seja, aquele individuo reconhecido dentro do seu meio social e que em suas respectivas áreas de actuação têm uma influência significativa sobre as opiniões, crenças e comportamentos de outras pessoas, portanto, é um indivíduo que geralmente é considerado especialista ou autoridade em determinados assuntos e é respeitado por suas opiniões e conhecimentos.
Um líder de opinião pode ser um influencer, mas um influencer pode não ser um líder de opinião.
Importa destacar que um líder de opinião pode ser um influencer, mas um influencer pode não ser um líder de opinião. É que geralmente o influencer compartilha conteúdos sobre uma determinada área de interesse, como moda, beleza, música, comédia/memes, viagens, tecnologia, entre outros, portanto sua natureza de influência é mais baseada no estilo de vida, carisma ou personalidade e não num conhecimento especializado como é no caso do líder de opinião, que para além disto, a sua influência inclui a credibilidade e a autoridade, capacidades que lhe conferem o grau de expertise numa determinada área/contexto.
Sim, os influncers conseguem influenciar as opiniões
Entretanto, dada a sua capacidade de entreter aliada a fonte de sua influência (mídias sociais) e a frequência da interação com os seus seguidores, o Influencer tem capacidade de atingir uma base de seguidores diversificada e ampla, do que o líder de opinião. E sim, os influencers têm um impacto significativo na sociedade moderna e muitas vezes conseguem influenciar as opiniões, comportamentos e decisões das pessoas e muitas vezes colaboram com marcas para promover produtos ou serviços, e sua capacidade de persuasão pode levar os seguidores a comprar ou adotar o que estão promovendo.
Entretanto, é importante reconhecer que nem todos os influenciadores têm o mesmo nível de impacto, e a eficácia de sua influência pode variar dependendo de vários fatores, como o tamanho e a qualidade de sua audiência, a autenticidade de suas recomendações e o alinhamento com os valores e interesses de seus seguidores. Além disso, na actualidade, os seguidores também estão se tornando mais conscientes das práticas de marketing de influência e podem ser mais críticos em relação às recomendações dos influenciadores.
Em suma, dada a sua natureza de sua actuação, fonte de influência (mídias sociais) e ausência das características do líder de opinião (expertise, autoridade e credibilidade), a influência dos influencers é limitada. Este cenário agudiza-se em cenários como o de Moçambique, onde os níveis de acesso à internet[1] são baixos, o poder de compra (pacotes de internet /saldo) é baixo, incluindo os níveis consideraveis das taxas de alfabetização[2].
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Referências
Andreas M. Kaplan, M. H. (2010). Users of the world, unite! The challenges and opportunities of Social Media. Obtido em Agosto de 2023, de https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0007681309001232
Chambisso, C. (2024, 02 02). O Poder do Marketing de Influência em Moçambique. Retrieved from Diario Economico: https://www.diarioeconomico.co.mz/2024/02/02/economia/o-poder-do-marketing-de-influencia-em-mocambique/
Lage, M. B. (2014). Comunicação Organizacional e Mídias Sociais: Um estudo de caso sobre o Mcdonald’s e o Burger King. Coimbra: Universidade de Coimbra.
Machele, N. (Setembro de 2023). USO DE MÍDIAS SOCIAIS EM COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL: O CASO DO CENTRO DE INVESTIGAÇÃO EM SAÚDE DE MANHIÇA (CISM). Obtido de Researchgate: https://www.researchgate.net/publication/377982666_USO_DE_MIDIAS_SOCIAIS_EM_COMUNICACAO_ORGANIZACIONAL_O_CASO_DO_CENTRO_DE_INVESTIGACAO_EM_SAUDE_DE_MANHICA_CISM
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